9350. Este é o número de criptomoedas que estão listadas na Binance ao dia 2 de novembro. Por aqui já pode perceber que existem muitas e sim, é mais fácil perceber isso do que perceber o porquê de existirem tantas. No entanto, este artigo explica tudo isso de forma bem simples. Provavelmente já ouviu falar de bitcoin, ethereum, solana, XRP, mas há milhares de criptomoedas por descobrir.
Basta abrir a app da Binance, uma das exchanges mais fiáveis do mundo, para fazer scroll quase infinito para conhecer todas as criptos existentes. Talvez não precise de conhecer todas, mas talvez seja pertinente descobrir o motivo pelo qual existem tantas.
A bitcoin preço real está a rondar os 570 mil reais no dia 3 de novembro. Não admira portanto que seja a mais conhecida. O Ethereum ronda os 20 mil reais e vem em 2º lugar. No entanto, isto não está diretamente relacionado com o facto de existirem milhares de criptomoedas. Vai muito além do seu valor, da tecnologia e até mesmo de sua utilidade. Descubra tudo de seguida.
Especulação, hype e a psicologia dos ganhos rápidos
Vai muito além da tecnologia. Envolve especulação. A maioria dos investidores é tentada por histórias de milionários instantâneos que investiram em Bitcoin ou Ethereum logo no início e viram os seus ativos crescer exponencialmente. A ilusão de ser um dos primeiros a investir continua a ser uma força motriz por detrás do hype em torno das novas moedas, particularmente aquelas com baixa capitalização bolsista e volatilidade.
Tokens como Shiba Inu e Dogecoin nunca foram concebidos para ter valor real. No entanto, por se tornarem fenómenos populares devido às tendências nas redes sociais, à popularidade dos influenciadores e aos memes da comunidade, transformaram-se em ativos multimilionários. Estas histórias de ascensão meteórica inspiram o lançamento de outros projetos com a esperança de recriar um crescimento rápido semelhante. Mesmo sem fundamentos concretos, os investidores compram tokens, ávidos de retornos rápidos. Num ambiente impulsionado pelo FOMO (medo de ficar de fora) e pela viralização, o hype pode, por vezes, sobrepor-se à razão, alimentando a procura por mais projetos de criptomoedas.
Novos casos de utilização e integração no mundo real
Embora o hype certamente exista, inúmeras criptomoedas nascem de um esforço genuíno para resolver problemas do mundo real ou melhorar os sistemas existentes. A tecnologia blockchain está a ser aplicada em diversos setores, resultando em criptomoedas específicas para cada setor. Alguns setores onde os tokens distintos encontraram utilidade incluem serviços financeiros, logística, jogos, saúde, identidade digital e computação em nuvem.
Plataformas de contratos inovadoras como o Ethereum tornaram possíveis as aplicações descentralizadas, com cada nova aplicação a criar potencialmente o seu token nativo para recompensas ou governação. Dentro dos jogos, as poupanças são compostas por tokens para negociar ou apostar. Algumas plataformas até dão tokens aos utilizadores para fornecer recursos ou interagir com o conteúdo. Com o avanço do blockchain e a sua entrada em mais setores, são necessárias mais criptomoedas especializadas e a quantidade geral de moedas disponíveis.
Garfos, airdrops e moedas imitadoras
O design do blockchain também facilita o fork de projetos existentes. Se os programadores ou as comunidades estiverem descontentes com a trajetória de um projeto, podem criar um fork e uma nova variante de blockchain, geralmente mantendo o código-fonte original. Foi assim que o Bitcoin Cash e o Ethereum Classic foram criados, dando origem a novas moedas a partir de sucessos anteriores.
Os airdrops são um dos contributos para a proliferação de criptomoedas. Os programadores costumam fornecer tokens gratuitos para aumentar a visibilidade ou recompensar os utilizadores. Mesmo quando o projeto por trás do airdrop falha, os tokens permanecem listados em agregadores e são ocasionalmente comprados e vendidos. Da mesma forma, os imitadores reproduzem a aparência ou a marca de tokens populares para enganar os compradores incautos. A falta de barreiras à entrada significa que surgem dezenas de imitadores em torno de cada projeto sério, com pouca inovação ou utilidade.
A tokenização e a ascensão de comunidades de nicho
Fora do uso convencional, a tokenização impulsiona o desenvolvimento de criptomoedas de nicho focadas em interesses ou comunidades específicas. Qualquer coisa pode ser tokenizada, desde imóveis e bens de luxo a arte, música e propriedade intelectual. Isto possibilita a propriedade fracionada e cria ativos digitais exclusivos para mercados específicos.
Os criadores de conteúdo também criam tokens para formar comunidades e recompensar a interação. Músicos, celebridades e até atletas começaram a utilizar a tecnologia blockchain para oferecer acesso direto e incentivos aos fãs. Cada comunidade pode utilizar a sua própria moeda, mesmo que esta seja de nicho. A existência de microeconomias, embora pouco discutida, é um fator que contribui para o crescimento contínuo das criptomoedas. Quanto mais pessoas e comunidades utilizarem esta tecnologia para criar sistemas de valor digital, mais moedas serão criadas.
É difícil calcular quantas novas criptomoedas continuarão a surgir, mas uma coisa é certa: enquanto houver especulação e inovação, este mercado não vai abrandar.